Coisas

Menos um praticante a bordo é sinónimo de mais trabalho para o nosso praticante. Como se mais trabalho fosse pssível.

As patilhas, que falei aqui, não sei se mantêm, o que sei é que o moço está magrinho, tão magrinho como quando entrou para a ENIDH, quando o consumo de álcool não era habitual e as comidas eram menos calóricas e sem ser em dose cavalar.

Agora, farta-se de mexer (sobe escada, desce escada, a casa das máquinas é enorme), não há álcool a bordo e a ração não deve de ser tão substancial, sei que à ceia só há pão e água, ficou um pau de virar tripas.

Portanto futuros praticantes não se preocupem com o peso, com o trabalho isso vai tudo à vida.

Mulheres deste país que não consigam perder peso, façam o curso de máquinas da ENIDH, embarquem e pronto, em dois meses estão umas Olívias palito. Aquilo é duro, mas se estiverem desesperadas já sabem.

O telefone tocou #4

Afinal a viagem até ao Canadá, não foi nada calma.

Acabei de saber que apanharam neve, chuva e ondas de 15 metros (medo). Tiveram de passar no meio de uma tempestade, caso contrário iriam ter de se afastar muito da rota.

No Canadá desembarcou o Segundo e os outros praticantes que lá estavam.

Amanhã partem outra vez, não sei para onde. Vamos ver se no próximo porto ele consegue ir a terra, até agora só saiu umas horas na Holanda.

Até logo

Notícias

Só sei que já chegou ao Canadá.

Acho que não devem ter apanhado muito mau tempo, porque chegaram na data prevista.

Hoje devo de falar com ele, depois dou notícias.

Curiosidades

Isto do meu irmão andar no meio do mar dá para aprender coisas.

A última que aprendi é o que são bancas. Sim, sou uma inculta não sabia o que bancas eram, mas acredito que 98% das pessoas, que não entendam de máquinas náuticas, também não sabem o que são bancas.

Mas vou explicar o que são bancas, ou melhor o praticante vai explicar.

"Bancas é que nos usamos para por o navio a trabalhar. Carregarmos crude, mas devido a isso ser muito pouco refinado, não conseguimos usar. Então temos 3 tanques de fuel oil (HFO) e um de diesel que enchemos e utilizamos para a maquina principal, auxiliares, caldeira...esses são bunker(bancas)"

Mais um conhecimento adequirido, nada mau.

O telefone tocou #3

Voltamos a conseguir falar com o praticante. Ele andou por Inglaterra e pela Escócia, não conseguiu sair do barco em nenhum dos locais, ficaram na bóia as duas vezes.

Na Escócia esteve a 20 metros de terra, mas não tinham maneira de lá chegar, contudo do que viu, do navio, pareceu-lhe ser um local espectacular. Ficou com pena de não ter conseguido sair, mas parece que é difícil sair do barco mesmo quando estão no porto, porque só o pode fazer nas horas de descanso e isto significa que a seguir faz um turno de 6 horas sem descansar, o que deve de ser bastante duro.

O trabalho continua a ser duro, como em qualquer emprego o estagiário, neste caso o praticante, é que tem que fazer o que os outros não querem fazer, e além disso tem de aprender a fazer tudo, e se o ambiente e as condições forem boas o trabalho é mais, mas não o acontece neste barco, contudo mudar de companhia parece difícil, portanto ele lá se vai aguentando à bronca.

É assim a vida de praticante!

Menos um mês #2

2 meses

já embarcou à dois meses, faltam assim só quatro para terminar o embarque.

Aguenta-te que nós por aqui vamo-nos aguentando também.

Não diz nada

Andamos sem notícias dele. Acerca de 5 dias que não dá notícias...

O último email foi para o pai, só sei que o mar estava tão mau que parecia que o barco ia parado, para além disso estava tudo bem.

Agora tanto tempo sem dar notícias é para uma pessoa dizer que o menino praticante anda a portar-se muito, muito mal.

A passagem de Ano

(imagem http://wwwghcc.msfc.nasa.gov/GOES/goeseastnhe.html)

A passagem de ano do praticante foi passada no mar, num mar muito, muito grande.

Ao que parece o mar continua mau, o praticante dorme mal e anda sempre aos tombos, mas a vida no mar é mesmo assim.

Bom Ano para todos

Bons embarques